Golpes com transferências instantâneas viraram uma dor de cabeça para clientes e para o sistema financeiro. Diante desse cenário, o Banco Central apertou as regras: a partir de agora, operações de Pix e TED feitas por instituições de pagamento não autorizadas, ou conectadas à Rede do Sistema Financeiro Nacional por provedores de tecnologia (PSTI) ou terceiros, ficam limitadas a R$ 15 mil por transação. A decisão vale de imediato.
O que muda
O novo teto não é um bloqueio ao Pix nem à TED, mas um freio específico para participantes vistos como mais expostos a fraudes. O alvo são duas frentes: (1) instituições de pagamento sem autorização direta do Banco Central e (2) instituições que acessam o ecossistema por conexões indiretas, usando Provedores de Serviços de Tecnologia da Informação ou outros terceiros. Nessas estruturas, a supervisão é mais complexa, o que abre espaço para abusos.
Na prática, transferências acima de R$ 15 mil feitas por esses participantes devem ser negadas pelo sistema. Para quem usa bancos e instituições plenamente autorizadas, as regras atuais continuam; o ajuste mira o elo mais vulnerável da cadeia. Empresas que movimentam valores altos por fintechs conectadas via PSTI podem precisar fracionar pagamentos, migrar para um canal autorizado ou rever seus fluxos de cobrança.
O Banco Central trata o limite como parte de um pacote mais amplo de proteção do sistema de pagamentos. Em agosto de 2025, a Resolução BCB nº 493 reforçou a governança do Pix e apertou procedimentos operacionais, com foco em reduzir risco operacional e melhorar a resposta a incidentes. O teto de R$ 15 mil se soma a esse esforço, mirando diretamente brechas exploradas por quadrilhas.
Para evitar dúvidas, vale separar os pontos essenciais:
- O limite é por transação, não um teto diário; vale para Pix e TED feitos por IPs não autorizadas e por participantes conectados via PSTI/terceiros.
- Instituições autorizadas e com conexão direta ao sistema seguem com suas regras e limites definidos em conformidade com o BC.
- O objetivo é reduzir perdas em golpes de alto valor e dificultar a movimentação rápida de recursos desviados por canais de maior risco.
- A fiscalização recai sobre quem oferece o serviço: descumprimentos podem levar a medidas de supervisão e sanções previstas em norma.
Por que o foco nas conexões via terceiros? Porque, nesses arranjos, a trilha tecnológica e os controles de segurança dependem de vários prestadores, o que dilui responsabilidades e aumenta a chance de falhas. Ao impor um teto por operação, o Banco Central corta o apetite dos criminosos por transações únicas e volumosas, que são mais difíceis de reverter.
Impacto no mercado e nos clientes
Para o usuário comum, quase nada muda se ele opera por bancos e instituições autorizadas. O efeito aparece quando a carteira digital, a fintech de nicho ou o marketplace que ele usa está conectado de forma indireta. Nesse caso, envios acima de R$ 15 mil podem travar. Solução prática: para valores altos, usar uma instituição com licença direta ou combinar pagamentos em etapas, respeitando limites e regras do provedor.
Para empresas, o ajuste exige revisão de rotas de pagamento e recebimento. Lojas que recebem tíquetes altos por plataformas conectadas via PSTI podem ver transferência única negada e precisar dividir a cobrança, o que afeta conciliação e fluxo de caixa. Tesourarias terão de ajustar limites internos, políticas de liquidez e comunicação com clientes para evitar atritos na finalização de vendas.
Fintechs e IPs sem autorização direta tendem a rever sua arquitetura. Quem hoje depende de terceiros para conexão com o sistema pode acelerar pedidos de autorização, fortalecer KYC/AML, ampliar análises de risco em tempo real e reconfigurar motores antifraude. Um provável efeito colateral é a migração de parte do volume para instituições com licença plena, ao menos em operações de maior valor, até que novos controles se provem eficazes.
O pano de fundo é conhecido: golpes de engenharia social, sequestro de conta por malware, trocas de chip e uso de “contas laranja” ganharam escala com pagamentos instantâneos. A liquidação imediata e a pulverização de prestadores criaram atalhos para lavagem de dinheiro. Com o limite por transação em participantes mais frágeis, o BC mira justamente a etapa em que o dinheiro sai em alta velocidade para várias contas, dificultando o rastreio.
Há também um incentivo claro à melhoria tecnológica. PSTIs e demais provedores terão de reforçar autenticação, monitoramento comportamental, trilhas de auditoria e resposta a incidentes. Quanto mais maduros os controles, maior a chance de o regulador flexibilizar limites no futuro. Por ora, prevalece a lógica da contenção: reduzir o impacto de cada fraude e ganhar tempo para a detecção.
Quer saber se você será afetado? O caminho é simples: verifique se a sua instituição é autorizada pelo BC e se a conexão com o sistema é direta. Em caso de necessidade de transferência acima de R$ 15 mil, planeje: consulte os limites do app, valide a titularidade do destinatário e, se necessário, faça a operação por um banco autorizado. Para empresas, vale orientar clientes no checkout e testar rotas alternativas de pagamento antes de datas de alto movimento.
O Banco Central promete seguir monitorando indicadores de fraude e o comportamento do mercado. Se a queda em perdas de alto valor se confirmar e os controles melhorarem, o teto pode ser reavaliado mais adiante. Até lá, as novas regras funcionam como uma barreira adicional, focada onde o risco é maior e onde os criminosos vinham se aproveitando de brechas tecnológicas e de governança.
Essa medida é um alívio, honestamente. Já vi tanta gente sendo golpeada com Pix de R$ 50 mil que parecia até cena de filme. Agora, pelo menos, os criminosos vão ter que trabalhar mais pra lavar dinheiro. Não é perfeito, mas é um passo real. Quem usa banco tradicional nem sente essa mudança, e é exatamente assim que deve ser.
Se você usa fintech, dá uma olhada se ela tem autorização direta do BC. Se não tem, tá na hora de migrar. Vale a pena perder um pouco de conveniência pra não perder R$ 20 mil de uma vez.
Minha irmã foi vítima disso ano passado. Hoje ela só usa o banco dela. E tá tranquila. 😊
POXA, QUE BOM QUE FINALMENTE ALGUÉM FEZ ALGO! 🙌
Eu trabalho com e-commerce e já tive 3 transações de R$ 40 mil que sumiram por causa de uma fintech que nem sabia se era confiável. Aí o cliente entrou em pânico, eu fiquei com a conta no vermelho, e o suporte da fintech? Nada. Apenas um ‘desculpe, não somos responsáveis’. Agora, pelo menos, isso vai parar de acontecer.
Empresas pequenas vão ter que se adaptar, mas é melhor isso do que ficar dormindo com medo de receber um Pix de R$ 30 mil. Acho que o BC acertou em cheio! 💪❤️
Outra merda do BC. Tá tudo tão complicado agora que nem pra pagar a conta de luz dá pra fazer tranquilo. Quem quer transferir R$ 20 mil pra pagar um fornecedor tem que fazer 2 Pix? Sério? E se o cara não quiser receber em duas vezes? Aí o negócio cai? 🤦♀️
Enquanto isso, os verdadeiros bandidos continuam roubando com cartão de crédito clonado e conta de falso CPF. Mas aí não é problema do BC, né? Só querem fazer o povo se virar com limite de R$ 15 mil. Pode deixar, eu vou ter que usar o dinheiro em espécie agora. Aí sim, ninguém consegue rastrear. 😒
essa regra é uma bosta e nao resolve nada. voce acha que o criminoso vai parar por causa de um limite? nao. ele vai dividir em 2 pix, 3 pix, 10 pix... e ainda usa conta laranja com saldo zerado. o bc ta tentando resolver o problema com a logica de um leigo.
nao tem controle de comportamento, nao tem IA que analisa padroes de transacao em tempo real, nao tem bloqueio automatico de contas suspeitas... so um limite arbitrario. e ainda por cima, os bancos que tem licenca direta vao ficar mais ricos pq todo mundo vai migrar pra la. isso é protecao? é monopólio disfarçado.
se o bc quisesse de verdade, colocava biometria facial obrigatória em todas as transações acima de R$ 5 mil. mas ai ia ter que investir. entao prefere fazer o povo sofrer com limite. 😑
Eu acho que isso é uma forma disfarçada de controlar quem pode ou não usar o Pix. Será que não é mais fácil simplesmente bloquear todos os provedores de tecnologia que não seguem os mesmos padrões de segurança dos bancos tradicionais? Porque limitar o valor não impede o crime, só atrapalha os pequenos empresários que precisam pagar fornecedores.
Se o BC tivesse investido em educação financeira e em ferramentas de alerta automático, talvez a gente não estivesse aqui. Mas não, prefere criar regras que parecem boas, mas não resolvem o problema real.
E agora, quem vai ajudar o pequeno comerciante que não entende nada disso? Ninguém. Só vão dizer: 'vai no banco autorizado'. Mas e se o banco autorizado tiver fila de 2 horas? E se a taxa for mais alta? E se o cliente não quiser esperar?
Isso tudo é só um jeito de dizer: 'nós sabemos o que é melhor pra você'. E eu acho isso muito condescendente. 😔