Pouca gente mexe tanto com a imaginação dos fãs de telenovela quanto Odete Roitman. Agora, interpretada por Débora Bloch na aguardada versão 2025 de "Vale Tudo", ela retoma o posto de vilã-mor das novelas brasileiras. A TV Globo fez questão de anunciar Odete como uma matriarca fria, poderosa e amplamente odiada, dona do Grupo Almeida Roitman e, claro, mestre em criar inimigos — até dentro da própria casa.
Seu retorno aconteceu só no episódio 24, no ar a partir de 26 de abril. Mas sua sombra já rondava os personagens e, quando ela finalmente surge na trama, o clima muda na hora. A presença de Odete sempre foi sinônimo de conflito e chantagem, mas agora a dose de veneno parece turbinada: ela chega de viagem destilando desprezo pelo que chama de “cultura tupiniquim” e trata os filhos, funcionários e rivais sem um pingo de empatia.
Os roteiristas da Globo espalharam pistas por todo lado, deixando claro que ninguém está a salvo do olhar gelado de Odete — nem ela própria. O remake traz ainda mais nuances para os conflitos: os filhos vivem presos à autoridade materna, ao mesmo tempo em que vibram ao imaginar um mundo sem os comandos da mãe. E não fica só na família, não. Empresários rivais, ex-funcionários humilhados e até aliados que conhecem segredos cabeludos completam a longa fila de suspeitos.
Segundo comentários de bastidores, nenhum personagem está sendo poupado quando o assunto é criar motivo para odiar Odete. Ela faz cortes drásticos nos negócios, troca chefias de forma humilhante e até interfere na vida amorosa dos filhos, tudo para manter as rédeas. Cada cena parece uma provocação — e o público sabe: em novelas, quem coleciona desafetos assim costuma pagar um preço caro.
O suspense alimentado desde os primeiros capítulos ganha força a cada novo episódio, com alfinetadas, ameaças veladas e alianças desfeitas na calada da noite. Odete vira alvo de pequenos sabotadores: quem mexeu no relatório? Quem desviou fundos? Quem anda espalhando boatos na imprensa? Aos poucos, as peças vão se encaixando e cada personagem principal ganha pelo menos um bom motivo para se livrar da vilã. Mas como todo mundo que ama novela sabe, os roteiristas costumam guardar segredos até o último instante.
Se depender da nova geração de telespectadores — que cresceu ouvindo sobre o assassinato clássico no original de 1988 —, ninguém quer spoiler. A pergunta que paira no ar: quem, afinal, terá coragem (e sangue frio) para dar fim ao reinado de Odete Roitman?