Imagina não conseguir pagar uma conta num dia cheio ou atrasar aquela transferência importante porque o aplicativo simplesmente não abre ou o Pix não vai. Essa foi a realidade para milhares de clientes do Itaú na tarde do dia 6 de junho de 2025, quando uma pane nos canais digitais deixou muita gente na mão em todo o Brasil. As reclamações começaram a pipocar a partir das 15h31, segundo o site Downdetector, e no auge do caos mais de 400 usuários reportaram dificuldade para acessar serviços.
Desses relatos, a maior parte dizia respeito ao Pix, com 67% dos usuários acusando falha no sistema de transferências instantâneas — justamente quando muita gente esperava receber salários ou pagar contas na reta final do expediente. Outros 20% reclamaram do Internet Banking, ferramenta essencial para empresas e quem depende do PC para gerenciar a vida financeira. Já os problemas para fazer login no app corresponderam a 13% das notificações, deixando até operações básicas inacessíveis.
A insatisfação rapidamente tomou conta do X (antigo Twitter), do Instagram e de grupos no WhatsApp. A hashtag #ItaúForaDoAr viralizou, com inúmeros relatos de autônomos e trabalhadores relatando transtornos, transferências não concluídas, e até fila nas agências físicas de quem tentava resolver na base da conversa com o gerente. A pane veio em um momento crítico: início de mês, movimento intenso no mercado e uma dependência cada vez maior de meios digitais para praticamente tudo relacionado a dinheiro.
O Itaú, por sua vez, divulgou um comunicado atribuindo a situação a uma ‘pontual instabilidade’, sem citar problemas de segurança nem invasões externas. O banco confirmou que as equipes técnicas estavam de prontidão para reestabelecer os serviços o mais rápido possível, pedindo desculpas pela situação. Só que, do outro lado, faltaram detalhes: não se falou em prazos, atualizações contínuas ou estimativa de normalização.
Enquanto os sistemas não voltaram ao normal, muita gente precisou improvisar: rodada de transferências via outros bancos, boletos emitidos à pressa e aquela corridinha à agência para não perder prazos. Quem trabalha com vendas online, entregas ou depende do fluxo digital viu o transtorno bater direto no bolso, já que o bloqueio digital travou operações básicas de dia de pagamento.
A situação do Itaú jogou luz sobre o quanto estamos reféns desses sistemas — e como, de uma hora para outra, uma falha pode atrapalhar a vida de milhões. Até o início da noite, o banco não cravou previsão para resolver tudo, deixando milhares na expectativa de que, ao menos, o aplicativo voltasse a funcionar antes dos boletos vencerem.