Polêmica em plena loja popular: vídeo compromete secretário de infraestrutura
Um simples vídeo gravado por câmeras de segurança em uma loja Havan de Manaus provocou um terremoto longe dos caixas, lá no interior do Amazonas. O personagem principal: Cláudio José Ernesto Machado, conhecido na cidade de Presidente Figueiredo como Engenheiro Machadão. Até a segunda semana de abril, ele comandava a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos do município.
Bastou o vídeo rodar, inicialmente publicado em uma compilação mensal feita pelo próprio dono da rede, Luciano Hang, para a crise explodir. A série “Amostradinhos do Mês” reúne registros de supostas tentativas de furto nas lojas Havan, mas dessa vez quem aparece em destaque é justamente um político em cargo de confiança.
As imagens registradas em março de 2025 mostram Machadão supostamente trocando o conteúdo de embalagens para pagar menos por produtos. Não demorou para que as cenas circulassem entre moradores, grupos de aplicativos e redes sociais da região. O episódio ganhou ainda mais notoriedade quando o próprio Hang divulgou o material nas redes, no dia 13 de abril de 2025.
O desfecho foi rápido: Cláudio Machado foi exonerado em 14 de abril, apenas um dia após a veiculação do vídeo. O decreto oficializando a saída foi publicado sem grandes detalhes, mas nos bastidores o motivo era um só: a repercussão negativa em torno do caso e o forte desgaste político para a administração local.

Reações e debate sobre exposição de suspeitos
Machado se defendeu prontamente, dizendo não ter cometido qualquer crime durante a compra. Ainda assim, a gravação mostra algo difícil de explicar — a substituição de embalagens em pleno corredor da loja — e isso bastou para quebrar a confiança junto ao poder público.
O caso reacendeu o debate sobre o papel das grandes varejistas na exposição pública de acusados de pequenos delitos. A Havan costuma transformar trechos do circuito de segurança em quadros humorísticos nas redes, sempre apresentando casos de tentativas de roubo ou fraude, sem necessariamente informar se houve registro de boletim de ocorrência. Neste episódio, a loja apenas reforçou sua política de divulgar os vídeos, mas não confirmou se o suposto furto foi comunicado à polícia.
No meio dessa confusão, moradores de Presidente Figueiredo conversam nas ruas sobre o efeito dominó causado por apenas alguns segundos de vídeo. Tem quem critique a falta de descrição ao lidar com situações embaraçosas, e quem veja na divulgação um serviço à coletividade. Já outros questionam se a penalização não foi rápida demais, sem investigação formal ou espaço de defesa para o ex-secretário.
Entre polêmicas e discussões, uma coisa ficou clara: Havan continua apostando no poder das imagens para “educar” clientes, enquanto nomes públicos correm riscos quando protagonizam cenas indesejadas — mesmo longe do gabinete. A exoneração de Engenheiro Machadão serve de alerta: em tempos de câmeras por todo lado, a linha entre flagrante e linchamento digital virou um detalhe cada vez mais tênue.