Na noite de sexta-feira, 17 de janeiro de 2025, o AS Roma voltou a mostrar por que é uma fortaleza em casa. Derrotando o Genoa CFC por 3 a 1 no Stadio Olimpico, a equipe giallorossa conquistou sua quarta vitória consecutiva em casa na Serie A 2024/2025, enquanto o treinador Patrick Vieira viu sua impressionante sequência invicta como visitante cair por terra. O gol de Stephan El Shaarawy — seu primeiro na temporada e o 112º em sua carreira — foi o momento decisivo, marcado em sua 300ª partida profissional. Mas o jogo foi muito mais que isso: foi um retrato de resistência, controvérsia e o peso das lesões no futebol moderno.
Um início caótico e o primeiro gol inesperado
Logo aos 9 minutos, Paulo Dybala quase abriu o placar com um livre de 25 metros que bateu na trave. Foi o 11º gol da Roma contra o travessão na temporada — um recorde que não é de orgulho, mas de frustração. A pressão era constante, e aos 18 minutos, a chance finalmente se concretizou. Após um cruzamento de Alexis Saelemaekers, o zagueiro Koni De Winter errou a marcação, e mesmo depois que Lorenzo Pellegrini foi bloqueado pelo goleiro Nicola Leali, Artem Dovbyk apareceu como um gato na área para empurrar a bola para dentro. O Stadio Olimpico explodiu. Mas a celebração durou pouco.
Genoa em crise, mas com alma de guerreiro
Menos de um minuto depois, o Genoa reagiu como se tivesse sido acordado por um alarme. Fabio Miretti, que jogava apesar de uma lesão pré-jogo, lançou um escanteio perfeito. Na frente, Patrizio Masini, jovem formado nas categorias de base do Genoa e estreando como titular, desviou de cabeça com força e precisão. O placar empatou. E a torcida romana, que já respirava alívio, voltou a ficar em silêncio. O que tornou tudo ainda mais dramático foi o fato de que o Genoa estava sem oito jogadores titulares: Mario Balotelli, Ruslan Malinovskyi, Junior Messias — todos ausentes por lesão. E mesmo assim, jogaram com coragem. Até que o treinador Patrick Vieira perdeu outro jogador: Mattia Bani saiu com lesão muscular aos 32 minutos. A equipe estava sendo dilacerada por dentro.
Controvérsia e o gol que mudou tudo
A virada veio aos 56 minutos, em um momento que ainda divide opiniões. Stefano Sabelli, do Genoa, desviou a bola com o braço em uma situação claramente antinatural dentro da área. Os jogadores da Roma gritaram por pênalti. O VAR analisou. E, enquanto o árbitro decidia, Paulo Dybala fez o que faz de melhor: passou para trás, livre, para Stephan El Shaarawy. O ex-italiano, que voltou à Roma em 2024 após anos no exterior, recebeu a bola com o pé esquerdo, girou e encaixou um chute de primeira, curvado, no canto inferior direito. Foi um gol de arte. Um gol que não só venceu o jogo, mas também encerrou a sequência invicta de Vieira como treinador visitante — que durava 11 jogos fora de casa.
Lesões e desgaste: o custo da luta
Na metade do segundo tempo, Lorenzo Pellegrini, capitão da Roma e motor da equipe, foi substituído por lesão. Ele não chegou a voltar para o vestiário — foi levado direto ao hospital para exames. Sem ele, a equipe perdeu um dos poucos jogadores que conseguem manter o ritmo e a organização no meio-campo. E ainda assim, a Roma segurou. Leandro Paredes assumiu o comando, e Matías Soulé quase ampliou aos 90+3’, mas seu chute da direita foi alto. O tempo acabou. O Stadio Olimpico cantou. A equipe celebrou. Mas por trás da vitória, há um alerta: a Roma tem 27 pontos, mas o elenco está desgastado. Pellegrini fora, Cristante ainda lesionado, e Dybala, apesar do talento, parece cansado. O calendário aperta. A Europa está à vista. Mas o preço pode ser alto.
Na tabela, a Roma avança — e o Genoa se afunda
Após a vitória, a Roma subiu para o 7º lugar da Serie A, com 7 vitórias, 6 empates e 8 derrotas — 27 pontos. O Genoa, com 5 vitórias, 8 empates e 8 derrotas, permaneceu em 10º, com 23 pontos. A diferença é pequena, mas o ritmo é diferente. Enquanto a Roma venceu quatro jogos seguidos em casa, o Genoa perdeu três dos últimos quatro fora. E com tantas lesões, a equipe ligure não tem mais fôlego para brigar por uma vaga na Europa. A próxima rodada, contra o Udinese, será crucial. Mas a pergunta que fica é: será que o Genoa consegue se reorganizar antes que seja tarde demais?
Por que isso importa?
Essa vitória não é só sobre três pontos. É sobre identidade. A Roma, que começou o ano com uma vitória no Derby da Capital, depois empatou com a Bologna no 98º minuto, mostrou que pode ser implacável em casa. El Shaarawy, que já havia sido criticado por sua inconsistência, agora é o homem das grandes ocasiões. E o Genoa? É um time que joga com coragem, mas sem profundidade. A lesão de Balotelli e Malinovskyi não é só uma perda técnica — é uma perda de experiência. Em uma liga tão competitiva, isso pode ser fatal.
Frequently Asked Questions
Como o gol de El Shaarawy impactou sua carreira?
Foi o 112º gol da carreira de Stephan El Shaarawy em 300 partidas profissionais — um marco que o coloca entre os maiores artilheiros estrangeiros da história da Roma na era moderna. O gol, marcado em sua primeira partida da temporada, foi seu primeiro desde outubro de 2024 e revitalizou sua imagem como jogador decisivo em momentos-chave. Ele agora lidera o time em gols em jogos em casa.
Por que a lesão de Pellegrini é tão preocupante para a Roma?
Lorenzo Pellegrini é o único jogador da Roma que participou de todos os 21 jogos da temporada e lidera o time em passes chave e recuperações de bola. Sem ele, a equipe perdeu sua principal conexão entre defesa e ataque. Se ele ficar fora por mais de duas semanas, a Roma corre o risco de perder ritmo na corrida por uma vaga na Liga Europa.
Qual foi o impacto das lesões no Genoa?
O Genoa estava sem oito titulares, incluindo o artilheiro Mario Balotelli e o meia Ruslan Malinovskyi, que juntos somam 42 gols e 28 assistências na temporada. A equipe teve que recorrer a jovens da base, como Patrizio Masini, e jogadores com lesões não tratadas. Isso explica a queda de qualidade técnica e a dificuldade em manter a posse de bola contra times mais organizados.
O VAR realmente acertou ao não marcar pênalti para a Roma?
Apesar das protestos, o VAR não marcou pênalti porque o braço de Stefano Sabelli estava em uma posição natural após o desvio da bola — não foi intencional nem ampliou o corpo. A regra exige que o jogador assuma uma posição que aumente o volume do corpo. Como o braço estava colado ao corpo, o árbitro entendeu que não foi falta. Mas o gol que se seguiu foi legítimo — e talvez o mais bonito da temporada.
O que a Roma precisa fazer para garantir vaga na Europa?
A Roma precisa manter o ritmo em casa e vencer pelo menos quatro dos próximos seis jogos fora. Com 27 pontos, está a quatro pontos da sétima colocação, que garante vaga na Liga Europa. Mas se perder pontos para times como Fiorentina e Sampdoria, pode cair para oitavo. A pressão aumenta a cada semana.
O Genoa ainda tem chance de subir na tabela?
Teoricamente, sim. Mas com oito jogadores lesionados e apenas dois jogadores titulares acima dos 25 anos, o Genoa não tem profundidade para sustentar uma corrida por cima. A equipe precisa vencer o Udinese e o Verona nas próximas rodadas — e ainda assim, teria que vencer seis dos últimos nove jogos para chegar à sétima colocação. É quase impossível.