× Vale Tudo Críticas UFC Casa Branca Flamengo Público Baixo Vilão Vale Tudo

Impostômetro bate R$ 1,2 trilhão em abril e marca 20 anos em São Paulo

Impostômetro bate R$ 1,2 trilhão em abril e marca 20 anos em São Paulo
Gisele Henriques 9 outubro 2025 17 Comentários

Quando Roberto Mateus Ordine, presidente da Associação Comercial de São Paulo revelou que o Impostômetro já havia acumulado R$ 1,2 trilhão em tributos até 20 de abril de 2024, ficou claro que a cidade de São Paulo está vivendo um momento de intensa pressão fiscal. A celebração dos 20 anos do painel eletrônico acontecerá no Pátio do Colégio, no Centro Histórico, às 14h do dia 23 de abril. Essa marca supera em 8,6% o mesmo período de 2023 e representa mais de um terço da arrecadação total do ano anterior, que foi de R$ 3,6 trilhões.

Contexto histórico do Impostômetro

O Impostômetro foi criado em 2005 por um consórcio entre a Associação Comercial de São Paulo e o Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT). Desde a primeira leitura de R$ 1 trilhão em 2008, o painel evoluiu lentamente até alcançar R$ 2 trilhões em 2016 e R$ 3 trilhões em 2022. Até dezembro de 2023, o valor nominal acumulado chegou a R$ 36,2 trilhões, um crescimento de 394,3% – muito acima da inflação (182,4% no mesmo período).

Evolução da arrecadação em 2024

Em 2024, a velocidade do relógio parece ter acelerado. Em apenas dois meses, o painel registrou R$ 500 bilhões, quatro dias antes do previsto em 2022. Marcel Solimeo, economista da ACSP, explica que “a alta que tivemos aconteceu pelo aumento da inflação, que incide diretamente nos preços dos produtos e eleva a arrecadação”.

Nos últimos dez dias de abril, a média de arrecadação ultrapassou R$ 5 milhões por minuto, o que equivale a quase R$ 300 bilhões ao mês. Para colocar em perspectiva, se a tendência continuar, o Brasil pode chegar a R$ 2 trilhões em arrecadação antes do fim do ano – 41 dias antes do recorde de 2023.

Análises dos economistas

Análises dos economistas

Ulisses Ruiz de Gamboa, economista da ACSP, aponta que o salto não é obra apenas da inflação. Ele destaca uma combinação de fatores, entre eles:

  • Aquecimento da atividade econômica, com aumento de renda e emprego.
  • Reintegração do PIS/COFINS nos combustíveis.
  • Tributação de fundos exclusivos e offshores.
  • Novas alíquotas de ICMS e IOF.
  • Taxação de apostas (Bets) e de encomendas internacionais.
  • Fim de benefícios fiscais para o setor de eventos (PERSE).

Solimeo ressalta ainda que, embora a redução temporária nos impostos sobre combustíveis tenha amenizado o impacto, “o verdadeiro desafio está em equilibrar arrecadação e gastos públicos”. O novo arcabouço fiscal, que deve substituir o teto de gastos, promete maior flexibilidade, mas também traz riscos de desequilíbrio.

Impactos sobre a economia e o déficit público

Com a arrecadação avançando a passos largos, o déficit da conta pública ainda preocupa. O projeto Gasto Brasil aponta um déficit de R$ 340 bilhões, ou seja, cerca de 2% do PIB. Esse número reflete a diferença entre a explosão de receitas e a alta dos gastos correntes, sobretudo em saúde e previdência.

Durante o Carnaval de 2024, o Impostômetro mostrou que bebidas alcoólicas carregavam até 81% de carga tributária, enquanto materiais escolares chegavam a 50% de impostos. Esses dados ajudam a ilustrar como a carga tributária afeta o consumo cotidiano, reforçando a missão original do painel: conscientizar os cidadãos sobre a “mão pesada dos governos”.

Próximos passos e celebração dos 20 anos

Próximos passos e celebração dos 20 anos

A cerimônia no Pátio do Colégio será mais que um festival de retrospectiva. A ACSP divulgará um estudo detalhado que compara a evolução tributária das duas últimas décadas, com gráficos interativos, entrevistas e recomendações de política fiscal. Entre os convidados estão representantes do Ministério da Fazenda, lideranças sindicais e acadêmicos da Fundação Getúlio Vargas.

Ordine promete que o próximo período de análise será ainda mais transparente: “Queremos que o brasileiro veja, minuto a minuto, quanto paga ao Estado e, sobretudo, o que esse dinheiro devolve em serviços de qualidade”.

Perguntas Frequentes

Como a alta da arrecadação impacta os consumidores?

O aumento dos tributos eleva o preço final de produtos e serviços. Por exemplo, durante o Carnaval de 2024, 81% do preço da cachaça era imposto, o que reduz o poder de compra da população, sobretudo das camadas mais vulneráveis.

Qual a relação entre o Impostômetro e o déficit fiscal?

Mesmo com a arrecadação em ritmo acelerado, o déficit permanece porque os gastos públicos (principalmente saúde, educação e previdência) crescem mais rápido. O estudo do Gasto Brasil aponta um déficit de R$ 340 bilhões, indicando que a receita extra ainda não cobre todas as despesas.

Quais mudanças tributárias foram decisivas para o salto de R$ 2 trilhões?

A reintegração do PIS/COFINS nos combustíveis, o aumento das alíquotas de ICMS e IOF, a taxação de apostas online e de encomendas internacionais, além da tributação de fundos offshores, foram os principais motores desse crescimento.

O que o novo arcabouço fiscal pode mudar?

A proposta pretende substituir o teto de gastos, permitindo maior flexibilidade nas despesas. Se bem calibrada, pode alinhar melhor arrecadação e gasto; se mal gerida, pode ampliar o déficit e pressionar ainda mais os contribuintes.

Quando será divulgado o estudo da ACSP?

O relatório completo será apresentado na cerimônia de 20 anos, no dia 23 de abril de 2024, às 14h, no Pátio do Colégio, em São Paulo.

Postagens Similares

Tragédia em São Paulo: Idoso Morre Preso em Carro Durante Enchente na Zona Leste

Um idoso faleceu após ficar preso em seu carro durante uma enchente no bairro Vila Prudente, na zona leste de São Paulo, em 2 de fevereiro de 2025. Apesar dos esforços de resgate, o homem não resistiu e morreu afogado. As circunstâncias exatas do incidente ainda não foram divulgadas.

Impostômetro bate R$ 1,2 trilhão em abril e marca 20 anos em São Paulo

O Impostômetro da ACSP registrou R$ 1,2 trilhão em tributos até 20/04/2024, 8,6% acima de 2023, e celebra 20 anos com estudo sobre a carga tributária brasileira.

Comentários (17)

  • Image placeholder
    Bruno Maia Demasi outubro 9, 2025 AT 03:00

    O Impostômetro, esse venerável barômetro da devastação fiscal, transborda em sua última leitura como se fosse a própria gravidade econômica do planeta, puxando cada centavo dos bolsos como um buraco negro de burocracia. Cada trilhão que se acumula não é somente um número, mas um manifesto da hiperinflacionária sinfonia de alíquotas que ecoa nas esquinas de São Paulo. O discurso inflacionário, ora diluído em discurso de “justiça fiscal”, ora reforçado por um arcabouço legislativo que parece mais um feitiço de conjuração de créditos. O círculo vicioso entre arrecadação e despesa pública é uma espiral de feedback positivo que, se não contida, converte a cidade em um organismo auto‑sustentado de cobrança. A análise de Ulisses Ruiz de Gamboa, ao citar um “caldeirão de fatores”, revela a verdade crua: a tributação não é um monstro isolado, mas um conglomerado de políticas que se alimentam mutuamente. A reintegração do PIS/COFINS nos combustíveis, por exemplo, funciona como um catalisador que acelera a combustão das finanças públicas. As apostas e encomendas internacionais, antes marginalizadas, agora são tributadas como se fossem o último recurso de um Estado faminto. Cada nova alíquota de ICMS e IOF representa um degrau a mais na escadaria da opressão fiscal, elevando o cidadão ao status de contribuinte‑camelo. A taxa de 81% sobre a cachaça durante o Carnaval não é mera coincidência, mas a demonstração de que o Estado decidiu beber da própria sede tributária. Em contraste, o déficit de R$ 340 bilhões mostra que, mesmo com a arrecadação em alta velocidade, o consumo de recursos por parte do Estado não tem freio. O “novo arcabouço fiscal” promete flexibilidade, mas flexibilidade sem limites é sinônimo de anarquia contábil. Se a receita extra não acompanha a espiral de gastos, o equilíbrio fiscal se desfaz como espuma de cerveja em tarde de verão. Em última análise, o Impostômetro não é apenas um painel eletrónico; é um espelho que reflete a própria alma tributária de uma metrópole que, paradoxalmente, celebra a sua própria opressão. Portanto, o aniversário de 20 anos deve ser visto como um epitáfio de pedra angular para um regime que se alimenta de cada centavo. E, ironicamente, o próprio ato de comemorar cria mais um ciclo de consumo de recursos para a máquina estatal. Assim, a lição que fica é que, enquanto houver governo, haverá também o Impostômetro, como um relógio que nunca para de contar os segundos do fardo fiscal.

  • Image placeholder
    Valdirene Sergio Lima outubro 9, 2025 AT 05:13

    É notável, entretanto, que a escalada da arrecadação, ainda que impressionante em termos absolutos, carece de uma análise sistêmica, que considere simultaneamente a dinâmica inflacionária, o aumento dos salários reais, bem como a expansão da base tributária; desse modo, seria possível compreender, de forma mais acurada, quais são os verdadeiros motores desse crescimento, sem, no entanto, incorrer em simplificações exageradas, que muitas vezes desconsideram nuances relevantes, sobretudo no que tange à eficácia das medidas de reintegração de tributos sobre combustíveis, que se mostraram, em diversas ocasiões, um elemento catalisador significativo.

  • Image placeholder
    Elis Coelho outubro 9, 2025 AT 07:26

    O Impostômetro não é nada mais que um instrumento de vigilância usado pelos poderes para justificar aumentos indevidos de impostos enquanto a população vê seu salário minguar

  • Image placeholder
    Camila Alcantara outubro 9, 2025 AT 09:40

    Olha só quem se gaba de R$ 1,2 trilhão! Só nós, brasileiros, que vivemos e morremos por São Paulo, sabemos que essa “conquista” é apenas mais um troféu de exploração que o governo coloca na vitrine para impressionar o próprio ego nacionalista que já se acha o guardião da prosperidade.

  • Image placeholder
    Lucas Lima outubro 9, 2025 AT 11:53

    Caros amigos, ao observar o impressionante salto do Impostômetro, não podemos deixar de reconhecer que há um esforço coletivo por trás desses números, ainda que frustrante. A reintegração do PIS/COFINS nos combustíveis, por exemplo, demonstra que políticas fiscais podem realmente impactar a arrecadação de forma tangível, o que nos brinda com um estudo de caso para futuras discussões. Ao mesmo tempo, a tributação de apostas online abre um novo campo de receita que antes era praticamente invisível, revelando a criatividade do fisco ao buscar fontes alternativas. Ainda assim, é imprescindível que analisemos o custo‑benefício dessa expansão, pois o aumento das alíquotas pode tolher o consumo e, consequentemente, o próprio crescimento econômico. A participação da ACSP e de instituições como a FGV na elaboração de relatórios detalhados oferece transparência, o que é bem‑vindO para quem preza por controle democrático das finanças públicas. Não podemos olvidar que, embora a arrecadação esteja em alta, o déficit ainda persiste, indicando que o problema não reside apenas na captação, mas na alocação eficiente dos recursos. Portanto, ao celebrarmos os 20 anos do painel, façamos isso com um olhar crítico, mas também com esperança de que a discussão pública possa levar a reformas que beneficiem a sociedade como um todo.

  • Image placeholder
    Cris Vieira outubro 9, 2025 AT 14:06

    Os números mostram um crescimento notável, mas a sustentabilidade desse ritmo ainda depende de políticas fiscais balanceadas.

  • Image placeholder
    Paula Athayde outubro 9, 2025 AT 16:20

    😡🚨 Isso é exatamente o que os elites querem que a gente acredite! Eles manipulam o Impostômetro como um espetáculo, enquanto nos sufocam com mais taxas. #DespertaBrasil

  • Image placeholder
    Ageu Dantas outubro 9, 2025 AT 18:33

    É o fim da paciência, tudo está sendo drenado!

  • Image placeholder
    Maria das Graças Athayde outubro 9, 2025 AT 20:46

    💔 Entendo a frustração de quem vê seu salário encolher, mas também vale reconhecer o esforço de quem luta por serviços melhores. 🙏

  • Image placeholder
    Carlos Homero Cabral outubro 9, 2025 AT 23:00

    Uau!!! Que marco impressionante!!! R$ 1,2 trilhão é um número que nos inspira a acreditar que, com gestão eficiente, podemos transformar esses recursos em melhorias reais para a população!!! Vamos celebrar!!!

  • Image placeholder
    Andressa Cristina outubro 10, 2025 AT 01:13

    🙄 Enquanto você vibra com os números, o povo sente o peso nos bolsos!!! Essa “celebração” parece mais um show de fogos para distrair a gente da falta de serviços!!! 😒

  • Image placeholder
    Luciano Pinheiro outubro 10, 2025 AT 03:26

    É verdade que o Impostômetro reflete uma arrecadação crescente, porém, como bem apontado, o desafio maior está em garantir que esses recursos sejam revertidos em serviços de qualidade para a população, equilibrando produtividade e responsabilidade fiscal.

  • Image placeholder
    celso dalla villa outubro 10, 2025 AT 05:40

    Bom, números altos não significam nada se o povo não sente diferença.

  • Image placeholder
    Raif Arantes outubro 10, 2025 AT 07:53

    Essa indiferença é sintomática de um sistema que se alimenta da apatía coletiva, transformando cada centavo arrecadado em um vetor de controle social - um verdadeiro labirinto de monetização estatal que suga a energia da nação.

  • Image placeholder
    Jéssica Farias NUNES outubro 10, 2025 AT 10:06

    Ah, que maravilha! Mais um glorioso troféu fiscal para adornar a vitrine de um Estado que, obviamente, sabe exatamente onde colocar cada centavo, como se fosse um mestre de xadrez financeiro incompreendido pelos meros mortais.

  • Image placeholder
    Rafaela Gonçalves Correia outubro 10, 2025 AT 12:20

    É impossível não perceber, ao ler os relatórios do Impostômetro, que há uma teia de interesses ocultos que se entrelaçam para perpetuar um modelo de arrecadação que beneficia poucos e oprime a maioria; a cada nova alíquota, parece que um gabinete silencioso decide secretamente que é hora de intensificar a pressão tributária, enquanto o cidadão comum, muitas vezes, não tem acesso às reais motivações por trás dessas mudanças; isso se evidencia na forma como o PIS/COFINS foi reintegrado nos combustíveis, não apenas como medida econômica, mas como ferramenta estratégica para gerar receita rápida, mascarada sob o discurso de “justiça fiscal”; adicionalmente, a taxação de apostas e encomendas internacionais revela um esforço coordenado para capturar fluxos financeiros que antes escapavam ao radar estatal, indicando que há, de fato, um planejamento meticuloso que vai muito além da simples necessidade de recursos; ao celebrarmos esses 20 anos, devemos nos perguntar se o festejo não é, na verdade, uma cortina de fumaça para desviar a atenção das verdadeiras prioridades: garantir que o aumento da arrecadação não se traduza em maior endividamento ou em cortes de direitos básicos, mas sim em investimentos sólidos na saúde, educação e infraestrutura que beneficiem todos, e não apenas o pequeno grupo que controla os bastidores econômicos do nosso país.

  • Image placeholder
    Luana Pereira outubro 10, 2025 AT 14:33

    Embora o crescimento do Impostômetro seja notável, é imprescindível que a alocação dos recursos resultantes seja realizada com rigor, transparência e foco nas necessidades sociais, sob pena de perpetuar desequilíbrios fiscais.

Escreva um comentário