Se você já se perguntou por que aquele pão ficou pesado ou o bolo não cresceu, o culpado (ou o herói) costuma ser o fermento. Ele pode transformar uma massa simples em algo leve, aerado e saboroso. Mas não basta só jogar o produto na tigela; é preciso entender como ele funciona e como usá‑lo da maneira certa.
Existem três grupos principais: fermento químico, fermento biológico seco e fermento biológico fresco. O fermento químico (pó) = ação rápida, usado em bolos, biscoitos e tortas. O biológico seco vem em pacotes pequenos, ideal para pães, pizzas e focaccias; ele precisa ser hidratado antes. Já o fresco, aquele em tabletes úmidos, tem vida curta e funciona bem em receitas que exigem fermentação lenta, como pães artesanais.
1. **Temperatura** – tanto o fermento químico quanto o biológico trabalham melhor entre 20°C e 30°C. Massa fria atrasa a ação, enquanto calor excessivo pode matar as leveduras. Se a receita pedir água morna, espere que ela esteja entre 35°C e 40°C antes de misturar.
2. **Mistura correta** – para o fermento químico, peneire com a farinha; isso garante distribuição uniforme. No caso do biológico seco, dissolva em um pouco de água morna com açúcar; o açúcar alimenta a levedura e acelera o início da fermentação.
3. **Tempo de descanso** – pães precisam de duas leveduras: a primeira, quando a massa descansa após a primeira mistura, e a segunda, após modelar. Respeitar esses períodos permite que o glúten se desenvolva e que o ar fique bem distribuído.
4. **Armazenamento** – mantenha o fermento químico em local seco e fechado; umidade pode deixá‑lo ativo antes da hora. O biológico seco dura até dois anos se guardado na geladeira, já o fresco deve ser usado em até 10 dias, sempre refrigerado.
5. **Evite substituições improvisadas** – trocar fermento químico por bicarbonato de sódio sem adicionar um ácido (leite, iogurte ou limão) faz a receita ficar amarga ou com textura estranha.
Com essas dicas, você já pode experimentar: troque a farinha de trigo por integral em um pão de fermento seco e veja como a massa cresce mais devagar, mas fica mais saborosa. Ou ainda, use metade do fermento químico em um bolo de chocolate e adicione um pouco de vinagre branco; o resultado será mais fofinho.
O segredo está na prática. Comece testando receitas simples, como um pão de forma rápido, e vá ajustando a quantidade de fermento e o tempo de repouso. Observe o aspecto da massa, o cheiro e, principalmente, o resultado final. Cada cozinha tem suas particularidades, e com paciência você descobrirá o ponto ideal para o seu fermento.
Então, da próxima vez que abrir a despensa, lembre‑se: o fermento não é só um ingrediente, é o motor da sua massa. Use‑o com atenção, siga as dicas e prepare delícias que crescem na medida certa.
Estudo da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor revela que pães com alto teor de fermento podem alterar resultados de bafômetros. A fermentação da levedura pode produzir etanol, liberado pela respiração, levando a falsos positivos para consumo de álcool. A pesquisa destaca a necessidade de considerar outras explicações para resultados positivos em testes de bafômetro.